Durante o estágio
vi vários brinquedos expostos nas salas, ao alcance das crianças. Algumas
vezes as brincadeiras são livres e o ambiente é preparado para tanto. Outras
vezes tem a intervenção das professoras e, em outros momentos, a
participação das professoras. Essas três configurações exemplificam as várias
formas de mediação.
REFERÊNCIAS
Na
Ed. Infantil,
as crianças de 4 e 5 anos brincam livremente na areia diariamente no
início da
aula. As crianças de 2 e 3 anos brincam diariamente na areia, quando
chegam na
escola e depois do lanche. No tanque de areia ficam, constantemente,
disponíveis baldes, pás, caixas e outros brinquedos de plástico. No
espaço ao redor do tanque de areia as crianças brincam também de
casinha, de correr, com brinquedos
(boneca, carrinho, etc.).
Na 1ª Etapa do 1º
Ciclo do Ensino Fundamental as crianças brincam livremente na areia uma vez
por semana (às sextas, no Dia do Brinquedo). Nas brincadeiras livres em sala de aula, as
crianças tem à sua disposição peças de quebra-cabeça, Lego, carrinhos, objetos
de uso cotidiano que foram pintados de cor prata (teclado de computador, fone
de ouvido, mouse, telefone sem fio, etc.).
Realmente, quando
há a participação direta de um adulto na brincadeira, as crianças sentem-se
mais motivadas. Pude perceber isso um dia quando propus brincar de “Forca” com
as crianças. E adverti “mas tem que pensar direitinho para que a palavra seja
escrita corretamente”. Pronto, estava colocado um desafio. Eu fui a primeira a
escrever a palavra. Era “escola”. As crianças foram jogando de forma correta,
respeitando as regras do jogo, que já conheciam. Em pouco tempo adivinharam a
palavra. Depois, começaram a brincar sozinhas. Uma delas escreveu uma palavra e
as demais brincaram, pulando a minha vez. Quando falavam uma letra que já tinha
sido dita, eu falava “Olha lá, na lista das letras que já foram faladas. Qual
ainda não foi dita que poderia ser colocada na palavra?”. O desafio fazia com
que as crianças tentassem combinar vogais e consoantes, formar sons ou
agrupamentos já conhecidos. Finalmente, descobriram a palavra.
O
jogo simbólico
também foi observado no tanque de areia com as crianças da Ed. Infantil.
No
caso, as crianças simulavam a preparação de uma refeição, colocando a
mesa,
arrumando os assentos. Isso mostra a internalização de uma prática
cultural que se dá no momento da brincadeira e que ilustram a contribuição do jogo simbólico para o desenvolvimento social e cognitivo das crianças (BOMTEMPO, 1999, p. 2).
Entrevistando
a professora da Ed. Infantil, que trabalha com crianças de 2 anos,
percebi uma ênfase no brincar livremente, o que é levado bem a sério na
escola. Durante este momento, as crianças são observadas e as
intervenções são feitas. Todo aprendizado é percebido pela equipe
pedagógica porque há o devido acompanhamento. Além disso, como foi dito
por Brougère (NAVARRO & PRODOCIMO, 2012, p. 637), mesmo dentro de um
planejamento pedagógico, não é possível ter total precisão de
aprendizado na atividade. Isso também foi relatado pela professora ao
preparar uma atividade comentando comigo que poderia sair do jeito que
ela tinha pensado ou não. Que era também possível que as crianças nem se
interessassem. Ou seja, por mais que haja uma intenção pedagógica, a
brincadeira tem sempre o elemento liberdade e um fim em si mesma. Não se
pode obrigar uma criança a brincar desse ou daquele jeito ou a aprender
um conteúdo brincando.
REFERÊNCIAS
BOMTEMPO, Edda. Brinquedo e
educação: na escola e no lar. Psicol. Esc. Educ. (Impr.)
[online]. 1999, vol.3, n.1, pp. 61-69. ISSN 1413-8557. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/pee/v3n1/v3n1a07.pdf>. Acesso em 06 Mar. 2014.
NAVARRO, Mariana Stoeterau; PRODOCIMO, Elaine. Brincar e mediação na escola. Rev. Bras. Ciênc. Esporte [online]. 2012, vol.34, n.3, pp. 633-648. ISSN 0101-3289. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbce/v34n3/v34n3a08.pdf>. Acesso em 05 Mar. 2014.
NAVARRO, Mariana Stoeterau; PRODOCIMO, Elaine. Brincar e mediação na escola. Rev. Bras. Ciênc. Esporte [online]. 2012, vol.34, n.3, pp. 633-648. ISSN 0101-3289. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbce/v34n3/v34n3a08.pdf>. Acesso em 05 Mar. 2014.